
Capacitar administradores para integrar sustentabilidade, ética e governança às estratégias empresariais é hoje uma exigência do mercado e um diferencial competitivo para o futuro
No mercado atual, marcado por transparência e globalização, o administrador já não pode ser visto apenas como um gestor técnico. Ele precisa ser um verdadeiro agente de transformação, capaz de liderar organizações com responsabilidade ambiental, social e de governança, os pilares do ESG.
A adoção de práticas ESG traz ganhos tangíveis para as empresas. Um estudo global, conduzido pela Bain & Company em parceria com a EcoVadis, analisou 100 mil empresas (80% privadas) e constatou que iniciativas ligadas à sustentabilidade, diversidade e satisfação dos funcionários estão associadas a maior lucratividade e crescimento. Esse dado reforça que o ESG é, de fato, uma característica de empresas bem-sucedidas e muitas empresas já se adaptaram ou estão em processo de adaptação.
Segundo o Panorama ESG 2024 da Amcham Brasil, com base em 687 empresas brasileiras, 71% já tinham implementado ou iniciado práticas ESG, um salto em relação aos 47% de 2023. Já um relatório do Sebrae focado em pequenos negócios mostrou que 95% das empresas brasileiras daquele grupo adotavam ações de sustentabilidade e 68% reconheciam benefícios diretos dessas práticas para seus negócios.
Segundo o gestor do curso de Administração do Centro Universitário Max Planck (UniMAX), Fabricio Franzolini, atualmente vive-se uma era em que a gestão empresarial não pode mais ser separada dos impactos ambientais e sociais. “A ética é um elemento das organizações e as práticas de ESG acabam sendo um critério fundamental, principalmente para os investidores, consumidores e parceiros das empresas em gerais”, explica.
“Tem muita gente que não compra uma determinada marca por acreditar que aquela empresa agride, de certa forma, o meio ambiente. Atualmente temos um mercado extremamente competitivo, transparente em suas ações e globalizado, então todos sabem o que cada empresa faz ou deixa de fazer”.
Nesse sentido, o administrador tem que ser capaz de conduzir estratégias que estejam alinhadas aos pilares do ESG. “Além disso, o profissional de administração tem que estar sempre se atualizando com relação ao ESG, porque não é apenas uma vantagem competitiva que ele tem. É uma exigência de sobrevivência das organizações. A reputação da empresa conta muito. E as empresas que praticam o ESG de forma transparente têm vantagem competitiva nesse mercado”.
Isso porque essas empresas acabam sendo mais valorizadas. Pesquisas indicam que empresas com altos índices ESG superaram seus pares em desempenho financeiro. De acordo com a MSCI (provedora global de índices de ações, renda fixa, imobiliário, ferramentas de análise de portfólio multiativos, produtos ESG e finanças climáticas), essas empresas tiveram em 2020 um retorno médio total de 27,46%, frente à média de mercado de 22,14%.
Consequentemente, as empresas acabam sendo mais resilientes a crises e capazes de atrair talentos uma geração que levanta a bandeira da preservação de meio ambiente.
A consultoria PwC identificou que 86% dos colaboradores têm maior inclinação a trabalhar em empresas comprometidas com causas que lhes cabem, especialmente entre millennials e geração Z.
Mercado de trabalho
O gestor da UniMAX explica que uma formação com foco em ESG é um diferencial para o mercado de trabalho já que prepara os alunos para os desafios que ele que vai encontrar nas organizações. “São os desafios que inevitavelmente ele vai encontrar no seu futuro, no seu dia a dia como profissional. Nossos estudantes são estimulados a desenvolverem essa consciência crítica”, afirma Franzolini.
A partir do momento em que o aluno e futuro profissional entende e aplica essas práticas de sustentabilidade, seja ambiental, de inclusão social ou diversidade, ele passa a ter um perfil mais alinhado com o que o mercado espera. “Com isso ele amplia suas possibilidades de atuação. Principalmente nas empresas comprometidas com esses impactos. Outra oportunidade são empresas que fazem consultoria ou certificações, principalmente no setor público. Um exemplo são as organizações do terceiro setor, que estão pautadas inteiramente nos pilares do ESG”.
Capacitação
Esse senso de responsabilidade é estimulado nas disciplinas do curso de Administração da UniMAX. “A formação dos futuros administradores é cuidadosamente pautada em princípios ESG. Nosso projeto pedagógico, constantemente atualizado, estimula a prática com projetos integradores multidisciplinares que desafiam os alunos a propor soluções relativas a ODS, sustentabilidade, ética e governança”, reforça Franzolini.
“São projetos que desafiam os alunos, desde o primeiro semestre, a propor soluções sustentáveis e inovadoras, sempre buscando um problema real do nosso cotidiano e da nossa sociedade. Além disso, em todas as disciplinas incentivamos constantemente os trabalhos sobre ética, compliance, gestão de risco, gestão ambiental, impacto ambiental e responsabilidades. Esses temas estão inseridos em todas as nossas disciplinas, de forma transversal”.O projeto acadêmico do centro universitário está pautado em formar administradores com fluência em ESG, o que significa preparar profissionais resilientes, capazes de navegar tanto nas crises quanto na captação de talentos e investimentos. “O mercado não procura apenas quem entende de números ou gestão, mas quem sabe alinhar resultados a propósito. O profissional que domina ESG chega mais preparado para enfrentar desafios complexos e gerar valor sustentável para a empresa e para a sociedade”, destaca Franzolini.